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Crônica - Um quadro infantil inexplicável - Manoel Messias Pereira

 




Um quadro infantil inexplicável


Dos tempos de crianças eu tenho certas lembranças, que são como quadros inexplicados, reocordo, que acordava de madrugada, com barulhos de cães latindo, de pessoas gritando, e pensava que tudo aquilo fosse apenas coisas de meus sonhos. Quantas vezes tinha dores de cabeça, minha mãe fazia chás, e eu tinha que acompnhar, por aquela estrada de terra caminhavam de pé no chão, até a casa de minha avó. Eu recordo que reclamava da luz do sol. Que me deixava mal.

Minha avó assim que teve um dinheiro, comprou num bairro afastado da cidade para época um terreno do senhor Silvio Calabrezi, num bairro que chamou-se Vitória Regia. Naquele tempo os bairros eram abertos sem nenhuma infra estrutura, tinham apenas as ruas, todas sem asfalto. E lá a velha instalou-se confesso que era um terreno relativamente grande se comparar com os lotes de hoje. Tinha uma metragem de 11 x por 44metros de fundo. E bem ao lado minha mão com meu pai também compraram outro terreno na mesma medida. Mas infelizmente meu pai acabou vendendo o nosso terreno e partindo para uma simples aventura amorosa.

Ficamos nós assim, de princípio apneas com a casa de minha avó naquele mato, que mais tarde fomos também morar. Mas o que não entendo e não sei explicar o quadro eram daqueles sonhos, com a lembrança dos cachorros latindo, de pessoas gritando, e parecia que o sonho misturava com a realidade, acompanhado da dor de cabeça, e minha mãe pegava umas sacolas, e dizia:

-Bem filho, já vamos para casa de sua avó.

E no silêncio seguiamos, eu dizia mãe esse sol no rosto, me deixa pertubado, e ela dizia pra não olhar o sol, pois do contrário eu podia queimar a rotina. Na minha avó sentava num canto, e minha avó fazia uns chás, depois lavava-me a cabeça com uma água e ervas. E vinha com galhos de arrudas e benzia a gente. ali ficava descansando. e minha mãe ia trabalhar . 

De vez em quando que isso ocorria, ficava lá esperando minha mãe que vinha a tarde. Minha avó tinha um quintal com muitas galinhas e pintainhos. Além de galinho d'Angola. No fundo de seu quintal tinha feijão plantado, de corda andu, tinha um pequeno terreno do lado debaixo com arroz, que quando caxiava alimentava, as aves do quintal. E num fim de tarde lá vem minha mãe com um outra galinha preta que ela achou num encruzilhada. e galinha tinha apenas as pernas amarradas. Minha mãe disse:

Veja o que encontrei é um presente do céu.

Ela disse porém de algo sei, que essa galinha vamos colocar pra griar, mas embora sua avó tens galinha os galos são galizés, pequeninos. Preciso de galo grande pra preta. E lá vem ela com um galo indio. Que deu trabalho no quintal. Esse galo quase matou o galizé.

E minha avó apavorada, esse galo é briga deve matar esse bicho e por na panela. Não sei que a conteceu mas logo a preta passou a botar, botar, e o terreiro virou uma festa. Outra coisa que tinha muito lá em casa era cobrinhas, coral, cobra cega, e as galinhas alimentava desta cobrinhas bobas. Outra coisa era o lagarto teu. O inimigo das galinhas o desgraçado comiam os ovos. Mas quem caçava os lagartos era a bichana uma gata de minha avo Donanna.

Quando estava na casa de minha avó, os meus sonhos eram outros. Só tive um desgraçado sonho que fez acordar apavorado. E que alguém estava um dia sentado na sala dela. e era uma sala sem piso apenas de tijolos. Como eram comum na época calçar as casas. E eu vim e perguntei quem é o senhor e ele sem virar olhou-me de frente, porem só a cabeça dele girava, no trezentos e sessenta graus. O corpo acordei com aquele avê, que coisa estranha. Levantei fui até a sala e todos dormia. Narrei o fato pra minha mãe e ela disse , filho estamos num mundo visiveis, mas o mundo também há seres invisiveis, que as vezes até moldam nossos comportamentos. Foi apenas um visitante que aqui chegou e já foi embrora.

Eu apenas disse a ela

-Todos os visitante invisiveis gira a cabeça  sobre o pescoço. 

Ela só sorriu eu disse não fui no mundo deles agora estamos no mundo dos visiveis e acordados. A tarde vamos pra casa, pode ficar tranquilo quando o sol estiver se pondo, baixado. 

A tarde voltavamos pra casa, o céu estava rosa, com belas paisagens parecia uma pintura, o sol se pondo, e nos caminhando naquela estrada de terra batida, observando a poeira, um pouco rustica a a tarde porém poética.


Manoel Messias Pereira

poeta, cronista

São José do Rio Preto -SP. Brasil




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