Fernando Silva Teixeira Filho Convidado a escrever sobre as pautas de inclusão das demandas de populações mais vulneráveis na Universidade Estadual Paulista (UNESP) e, em especial à da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros, Queer, Intersexos, Assexuais, Pansexuais e outros (LGBTQIAP+), vi-me diante de um enorme problema: a ausência total de dados. Em outros termos, vive-se a visível invisibilidade dessa população[1]. Quantos são as e os docentes e discentes LGBTQIAP+? Em quais câmpus e cursos estão mais concentrados? Quais são suas demandas? Não há dados. Seríamos, assim, todos e todas presumidamente cisgêneros[2] e heterossexuais, confirmando a tese de que somos, desde sempre, cisheterossexuais? Vivemos em uma sociedade na qual se naturalizou presumir a existência heterossexual e cisgênera para todas as pessoas. Trata-se de um “cistema” que produz um regime discursivo sócio-político-cultural que organiza as relações sociais sempre a partir da identidade he