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Crônica - Dia da Mulher Moçambicana em luta e em luto - Manoel Messias Pereira

 






















Dia  da Mulher Moçambicana em luta e em luto.

Hoje é o dia da Mulher moçambicana, uma data que remete a morte da jovem Josina Machel, falecida em 7 de abril de 1971, em Dar es Salaam na Tanzânia, acometida por uma enfermidade no fígado. Ela que nascera em 10 de agosto de 1954 em Inhambane- Moçambique com o nome de Josina Abiatha Muthemba, foi guerrilheira, ativista politica, feminista que lutou na Frente de Libertação pela Independência de Moçambique - Frelimo, tendo destacado -a como uma grande heroína, moça estudiosa e disciplinada que tens neste dia a celebração politica do "Dia Nacional da Mulher Moçambicana".
Em Mueda, monumento a Jovina Machel

E a sua história começa a ser desenhada quando ainda muito jovem com apenas 18 anos sai de Moçambique para seguir para a Tanzânia onde encontrariam com os camaradas da Frelimo, e assim começava a sua luta. Ela foi apoiada pela família, que em 1956 havia saído de Inhambane e se mudado para Lourenço Marques, para que ela pudesse frequentar a escola. Mas ela acabou atuando com um grupo de estudantes clandestinos (que organizava a formação politica) pertenceu a essa célula secreta da Frelimo. e teve participação ativa politicamente. e na sua primeira tentativa de chegar até a Tanzânia onde foi fundado a Frelimo em 1962 e que tinha o objetivo da Independência de Moçambique contra a colonização portuguesa, ela acabou sendo capturada no caminho na Rodésia do Sul atualmente Zimbabwe e enviada de volta para Moçambique em que ficou vários meses detida.
Porém na segunda tentativa conseguiu chegar até a sede da Frelimo na Tanzânia em Dar es Salaam uma viagem longa de 3500 quilómetros.

A sua dedicação as causas da busca da Independência era muito bem traçada e determinada a ponto de recusar uma bolsa de estudo que foi oferecida a ela na Suíça. E na Frelimo passou a organizar o departamento feminino, e  lutar pelos direitos da mulher, e foi nesta época em que o Partido teve  a decisão de que a mulher e o homem tinham os mesmos direitos e deveres. e assim ela passou também a defender a intervenção feminina na luta de libertação ativa das mulheresna política. O seu combate era pela liberdade. e a partir de sua luta seu convencimento outras mulheres passaram a compor-se na organização. e até hoje há uma mística em relação ao seu nome, primeiro na luta por igualdade de direitos o seu sacrifício pessoal e depois por ter casado com Samora Machel em 1969, e que em mais tarde viria ser o Presidente de seu país em 1975. Portanto ela morreu antes de ver o seu sonho realizar-se. Com Samora deixou um filho na época com 1(hum ) ano, de vida, o Samora Machel Junior.

Em relação a todas as mulheres ela fez a mobilização para a questão da Unidade nacional e todas as mães devia deixar seus filhos estudar nos centros educacionais da Frelimo. Pois era uma organização de grande responsabilidade e o processo educacional das crianças daria a possibilidades delas crescerem com a noção de que era preciso sempre continuar lutando. Portanto educar não era apenas um ato para satisfazer a mãe, mas para servir ao país.

Antes desta luta iniciada por Jovina as mulheres tinha uma posição inferior. Porém isto fez com que a Frelimo crescesse junto com as necessidades femininas as mulheres passaram a ter vozes, passaram a exprimir as suas opiniões e teve a liberdade de dizer todos os seus sentimentos com os mesmos direitos que os homens, todos passaram a ter o caráter de militantes. A Frelimo assim revelou-se um Partido sem discriminação de sexo. Portanto a luta armada serviu para bases deste projeto de igualdade.

Jovina passou a ser referencia no Movimento de mulheres na luta por sua libertação, foi assim que nasceu o departamento feminino e ela passou a ser chefe deste n seção, além de chefe das mulheres nao Departamento de relações Exteriores da Frelimo. Foi ela que impulsionou a criação de orfanatos para as crianças órfãs e cujo os pais estavam em luta pela libertação de Moçambique.

E assim a Frelimo teve como objetivo principal a garantia da eficácia da mulher na inserção do contexto histórico d luta nacionalista. e assim deu maior visibilidade a todas ela no partido.

O historiador como Egídio Vaz, diz no ano de 2023 que a geração tem um desafio, pois compreenderam que aquela geração de Jovina, aquelas condições que viviam estavam preparando para o processo de avanço para a libertação, e que sempre pensa e define Jovina como o trabalho e sem pedir ou ganhar nada em troca apenas preocupada com o lado humano de seus conterrâneos. As vidas que salvaram, os progressos que se fazem, a sociedade que se tem de construir a forma coesa e solidária que promove a integração moçambicana.

A professora Izabel Casemiro, lembra que Jovina estava ligada a várias obras sociais e ligada a mulher, criando orfanato de Niassa e a entre de uns aos outros.

Hoje Jovina é lembrada  com o nome de uma antiga escola secundária que foi renomeada com o nome de Jovina Machel em Maputo. E muito além dos marcos geográfico de Moçambique,  no Brasil,  uma rua no Bangu-Rio de janeiro traz o seu nome,. Em Angola o antigo Hospital Maria Pia em Luanda foi rebatizado com o nome de Jovina Machel.

Hoje no ano de 2024, o Dia da mulher Moçambicana, elas estão tristes e em pleno luto pelos ataques em Cabo Delgado, que recetemente houve ataques contra as lideranças femininas  na Vila de Palma que vitimaram muitas ativistas. Bem como deixaram outras mulheres deslocadas e além de Palmas também houve ataques, em Mocimboa da Praia, Maibunbebe, Quissanga e Nangade e os ataques ocorreram nos últimos 12 meses, de dezembro de 2023 até janeiro de 2024 e dizem seresm insurgentes que atacam as mulheres que lutam pela questão de gênero. E neste ano a cantora Neyma lança o video musical que reforça a necessidade  do Leite Materno. Ela que é a embaixadora do Leite Materno.

Hoje é um dia de lembranças dos feitos desta grande heroína, desta grande mulher que se foi jovem, hoje é um dia de agradecer a sua figura talvez ao seu filho. Pois é muito bom saber que todos tem o dever infinito de ser grato a sua mãe. E não há exagero mais belo que o da gratidão. Assim como devemos repudiar a violência por elas sofridos como os ataques de grupos armados iniciados desde dezembro de 2023 e que seguiu até os meados de 2024 e que trouxe medos as mulheres feministas e ativistas moçambicanas em Macomia, Chiere, Mecufi, Momboa da Praia, Marindumbe, foram 15470 familias que fugiram num total de 71.681. Sabemos que esses terroristas somente aparecem em lugares que tens gás natural e petróleo, e por traz disto os interesses do capitalismo internacional. Muitos destes terroristas ou extremistas tem treinamento militar, e com ligação com grandes potencias econômica. O que permite o Estado de Moçambique permanecer e continuar sempre alerta.

Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista brasileiro
Membro da Academia de letras do Brasil -ALB
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira
São José do Rio Preto- SP/Uberaba





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