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Jornal de Angola - destaque o discurso do presidente João Lourenço em relação a figura de Sam Nujoma

 


Política

Íntegra do discurso de João Lourenço na homenagem a Sam Nujoma

O Presidente da República, João Lourenço, discursou, esta sexta-feira, em Windhoek, na cerimónia de homenagem a Sam Nujoma, falecido no passado dia 8 de Fevereiro.

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Imagem de capa da notíciaÍntegra do discurso de João Lourenço na homenagem a Sam Nujoma

Dombele Bernardo| Edições Novembro

Sua Excelência Nangolo Mbumba, Presidente da República da Namíbia;

Sua Excelência Netumbo Nandi-Ndaitwah, Vice-Presidente e Presidente Eleita da República da Namíbia;

Respeitável viúva, filhos e outros familiares do Presidente Sam Nujoma;

Sua Excelência Saara Kuugongelwa-Amadhila, Primeira Ministra da República da Namíbia;

Suas Excelências Chefes de Estado e de Governo e outras Altas Entidades;

Distintas Autoridades da República da Namíbia;

Minhas Senhoras, Meus Senhores;

Este é um momento difícil em que me cabe o doloroso dever de prestar a última homenagem em nome de toda a África, que aqui represento na qualidade de Presidente em Exercício da União Africana e, em particular, no da República de Angola, ao Presidente Sam Nujoma, figura destacável da história contemporânea africana, herói do povo namibiano e um símbolo inquebrantável da luta de libertação da África Austral contra a dominação colonial e contra o regime do Apartheid.

Partiu para a eternidade um homem corajoso, um patriota namibiano convicto e um filho genuíno de África, que se tornou um ícone da luta pelo resgate da dignidade e da soberania do seu povo, desafiando com valentia e de forma exemplar o hediondo sistema do apartheid, que dominou durante várias décadas, com indescritível crueldade, a cena política do sudoeste de África.

A homens com a têmpera de Sam Nujoma e de outros grandes líderes da história da libertação de África, a nós os que hoje temos a responsabilidade de os seguir, inspirados pelos exemplos que nos legaram, cabe-nos, no contexto de uma missão quase impossível, interiorizarmos o seu espírito de abnegação e entrega às causas africanas e conduzirmos o nosso continente de forma a realizarmos os sonhos e os objectivos pelos quais pugnaram e acreditaram até ao fim dos seus dias, os de poder construir uma África livre, desenvolvida e ciosa dos seus valores mais profundos.

Perante o féretro de Sam Nujoma, permitam-me dizer que saberemos levar por diante todos os esforços ao nosso alcance para que os africanos, no seu conjunto, dignifiquem e honrem a memória de todos os seus pais fundadores, construindo, num ambiente de solidariedade activa entre todos, “a África que Queremos”.

Este é um momento propício para recordarmos que foi com esta perspectiva que jovens angolanos e namibianos e pessoas de ambos os países de todas as gerações se uniram e verteram o seu sangue em duras batalhas travadas no Calueque, em Xangongo, na Kahama, no Cuito Cuanavale e noutras localidades, para escrever páginas gloriosas da história da libertação da nossa região.

No quadro do pensamento do Presidente Agostinho Neto, quando dizia que “na Namíbia e na África do Sul estava a continuação da nossa luta”, o povo angolano, encabeçado pelo então Presidente José Eduardo dos Santos, encarnou a solidariedade e o apoio à causa do povo namibiano e de outros povos da nossa região, contribuindo assim para a construção de uma nova nação livre, com justiça e dignidade para os seus habitantes, ao ter ajudado no processo da autodeterminação da Namíbia e do fim do apartheid na África do Sul.

Neste ambiente de tristeza que também convida à reflexão, vale lembrar que a paz definitiva em Angola não teria sido possível se não se tivesse conseguido derrotar o regime do apartheid, o que proporcionou a descolonização e Independência da Namíbia.

Permitam-me aproveitar esta ocasião para expressar ao povo da Namíbia, às suas Autoridades e à família enlutada, o nosso tributo, os nossos mais profundos sentimentos de pesar, em nome de todos os angolanos, no dos africanos de uma maneira geral e no meu próprio.

A obra de Sam Nujoma em favor do seu povo ficará indelevelmente registada nos anais da história e eternizá-lo-á como uma incontornável referência para as futuras gerações da Namíbia e do continente africano.

Os grandes homens não morrem, descansam.

Presidente Sam Nujoma, descanse em paz!

Agradeço a atenção que me dispensaram

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