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Denise Britto - Publicado em 30-01-2025 13:00
Selo Petronilha do MEC leva nome de professora da UFSCar
Professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (Foto: Irene Santos)
A professora Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) da UFSCar, empresta o nome ao Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais. Petronilha é uma das principais referências na área, sendo responsável pelo parecer que deu origem à Lei nº 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".
Por meio de um selo de reconhecimento, o Ministério da Educação (MEC) visa ressaltar e valorizar as secretarias de educação que se destacam por políticas, programas ou ações voltadas à formação de profissionais da educação para a implementação dessa Lei.
"Ter um selo que carrega o nome da Professora Petronilha (nossa querida Petrô) é motivo de muito orgulho para a UFSCar", celebra a Reitora da Universidade, Ana Beatriz de Oliveira. Para ela, o Selo Petronilha incentiva ações voltadas para a promoção da igualdade racial e para a Educação das Relações Étnico-Raciais, "algo extremamente importante, especialmente no contexto enfrentado pela educação pública brasileira, de pouco investimento e pouca valorização profissional".
O Pró-Reitor de Graduação da UFSCar, Douglas Verrangia, reforça esse pensamento: "Infelizmente, o Sistema Básico de Educação ainda não cumpre a Lei Federal 10.639 e não tem trabalhado de forma adequada os conteúdos ligados à História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e Educação para Relações Étnico-Raciais. Dados do próprio MEC apontam que menos de 25% das escolas trabalham as temáticas de forma adequada."
Incentivos
As secretarias de educação que foram contempladas com o Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva poderão inscrever, a partir de 3 de fevereiro de 2025, até duas iniciativas nas áreas de Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) ou Educação Escolar Quilombola (EEQ), para receber apoio financeiro.
Para a Reitora, além do incentivo financeiro para seguir com os projetos, "ao receber um selo, as redes de ensino que se empenham em executar de forma adequada essas políticas educacionais são reconhecidas também simbolicamente. É uma forma positiva de tratar um tema tão importante como esse e a visibilidade dessas ações pode influenciar outras instituições a desenvolverem suas próprias práticas pedagógicas para trabalhar a promoção da igualdade e também o ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras".
Para Verrangia, o Selo Petronilha é importante para estimular o desenvolvimento desses conteúdos nas escolas, de forma mais propositiva e positiva. "Em São Carlos, temos uma experiência com o Selo Municipal Carolina Maria de Jesus, promovido pela vereadora Raquel Auxiliadora. Fui um dos pareceristas da edição 2024-2025 e percebo como ele tem estimulado esses trabalhos no âmbito do município. Uma ação como essa em nível nacional tem muito mais potência e efetividade".
Relações Étnico-Raciais na UFSCar
Há mais de 30 anos a UFSCar se insere no campo da Educação para as Relações Étnico-Raciais, como resgata o Pró-Reitor de Graduação da UFSCar: "Muitas das ações propostas pela Universidade foram desenvolvidas no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) e uma das mais emblemáticas foi a consulta pública que deu origem ao parecer do Conselho Nacional de Educação, publicado em 2004, que determina as diretrizes curriculares para a Educação para as Relações Etnico-Raciais.
UFSCAR.
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