Pierre Fantumbi Verger renascido em Ifá
Pierre nasceu em Paris no dia 4 de novembro de 1902, e foi batizado como Pierre Eduard Leopold Verger, Pierre foi um fotografo e etnógrafo brasileiro, falecido em 11 de fevereiro de1996 na Bahia. Ele que veio conhecer o Brasil a partir da obra de Jorge Amado "Jubiabá", quem conta a história do capitão Severino Manuel de Abreu e que também era um babalaô, popularmente conhecido no Brasil como pai de santo. Jubiaba´na verdade era o caboclo que de Severino, que como ficou muito famoso, ele passou a ser chamado pelo nome do caboclo. E Jubiabá foi zelador de santo de não menos famosos Joãozinho da Goméia que recebia o Pedra Preta.
Pierre Edouard Pierre Verger, passou a ser chamado por aqui de Pierre Fantumbi Verger, ou seja renascido em Ifá.E o Ifá é um sistema de Divinação, originário da cultura africana Yorubá. Embora a DivinaçãoSagradade Ifá não fosse o único sistema divinatório praticado em África, ela era de longe a mais completa econfiável, tendo sido fonte e modelo para outros jogos de advinhação que delaforam derivados, por simplificação, simbiose/ou interpretação.
A divinação sagrada de Ifá que doravante denominaremos por vezes de Sistema Ifá. É o Orixá do destino, o jogo do Ópón e do Ópêlê Ifá. Torna-se assim um babalaô.
O legado de Pierre Fantumbi Verger é conhecio em palestras, seminários, praticas religosas e muitas fotos são aproximadamente mais de 30 mil, além de 3000 metros quadrados de plantas medicinas e aquelas usadas nos terreiros plantadas.
Pierre que nos anos 30 conheceu diversos países do mundo, como a Polinésia Francesa, o Japão, Camboja, Índia, Portugal, Espanha, Bolívia e, Argentina. E em diversas vezes passou a adotar um estilo de vida diferente do que tinha na França. Mas foi exatamente em 1953 que ele teve no Brasil a su iniciação religiosa. E acabou fazendo uma ponte entre a África e o Brasil. O seu conhecimento com a Bahia,com os zeladores de santo brasileiro, permitiu que ele tivesse uma função de mensageiro, trazendo além de mensagens informações , objetos criando uma rota de pesquisa que ligava a cultura de origem da ancestralidade através do jogo do Ifá. e teve acesso a tradição oral do Yorubá.
As suas fotos não são apenas obras do seu ofício, mas uma expressão artística em que há cenas que convergem com o que há de mais genuíno do continente Africano. Com a leveza de quem retrata a vida por vocação e vê belezas nos atos quotidianos.
Suas fotos permitem observar a proximidade dos povos africanos e dos afrodescendentes da diáspora de pelo menos vinte países e há uma semelhança de todas as expressões religiosas, como no caso do Brasil , o Tambor de Minas o Candomblés, o Xangô de Pernambuco.
Pierre por sua atuação a Universidade de Sorbone lhe conferiu grau de doutor em 1960. E isto é importante para alguém que somente tinha o secundário. Tornou-se professor da Universidade Federal da Bahia em 1973 responsável pelo Museu. Foi professor Universitário de Ifé na Nigéria. E passou a ser um grande amigo de Severino manuel de Abreu o Jubiabá, mas não somente dele mas de Mãe Menininha do Gantois, Gilberto Gil, Walter Smetak, Mario Cravo, Sid Teixeira, Josepha Marinho, Sebastião Salgado, Vitória Regia Sampaio, Adenor Gondin e Johabson Borges.
Lula Buarque de Holanda fez um documentário "Pierre Fantumbi Verger- Mensageiro entre dois mundo África e Brasil. Numa narração de Gilberto Gil, que mostra essa relação Bahia candomblés e África.
Jérome Souty publicou um ensaio sobre a vida de Pierre Verge intitulado "Pierre Fantumbi do olhar livre ao conhecimento iniciático."
Além destes países citados acima viajou também para Cuba e para o Haiti. Por muito tempo digo da minha adolescência lutava para comprar o seu livro Orixás, pois o dinheiro que ganhava, naquele momento histórico ia faltar-me, para outros compromissos. Porém consegui mais tarde adquirir num Sebo, isto já era na minha fase adulta.
Pierre não se casou, não teve filhos. Vi escrito numa revista que ele teve um grande amor que foi Yvs Saint Laurent, isto quando estava na França, mas por ser muito reservado sobre a sua vida privada não gostava de falar. São coisa menor sem a abrangência da importância da sua obra como etnógrafo e fotógrafo e geralmente em preto e branco.
Manoel Messias Pereira
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