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Crônica - Um fragmento da história de Oswald de Andrade - Manoel Messias Pereira

 





Um fragmento sobre a vida de Oswald de Andrade


Era um dia 11 e janeiro de 1890 na  cidade de São Paulo na Avenida Ipiranga n.5 nascia um menino que recebia o nome de José Oswald de Souza de Andrade. E recebeu o apelido de Oswald de Andrade. Era filho de José Oswald Nogueira de Andrade e de dona Inês Henriqueta Inglês de Souza de Andrade. E foi uma das principais figura da Semana De Artes de 1922 em São Paulo. Um evento que significou o divisor de aguas da cultura brasileira. É importante data histórica, literária e artística principalmente pela busca de um novo pensar, numa nova estética que pudesse romper com os laços europeus e trazer ao Brasil a brasilidade.

Um menino que começou a estudar no Ginásio de São Bento e teve como professor o senhor Gervásio de Araújo quem disse para Oswald enquanto aluno de apenas 17 anos que seria escritor. E dois anos mais tarde em 1909  no Diário Popular, foi publicado o primeiro artigo chamado "Penando" em que Oswald de Andrade escrevia sobre a excursão do presidente Afonso Pena aos Estados do Paraná e Santa Catarina.

Oswald de Andrade bacharelou em  direito neste ano de 1919, portanto aos 29 anos de idade, nunca advogou mas trabalhou como jornalista e escritor. E foi em 1916 que lançou o seu primeiro livro. Duas peças em francês, que foi representado um ato de Leur Âme por Suzane Desprès, no Teatro Municipal em São Paulo.

Um dia ouvi Caetano Veloso cantar no "pão de Açúcar de cada dia daí nos senhor a poesia de cada dia no pão de açúcar" Eu disse eu já vi um escritor brasileiro escrever essas palavras, sim era Oswald de Andrade. Caetano que cantou a Avenida Ipiranga com a esquina da São João. Perdido na Avenida de onde nasceu o escritor que trouxe a ele o verso que inspirou a sua canção.

Outros seres importantes falam de Oswald com o mesmo carinho que um grande escritor merece. Foi em 1979 falando sobre Oswald o pintor e camarada Di Cavalcanti disse no Jornal da Tarde de 20 de outubro de 1979 de que Oswald era um meninão sentimental, que chorava arrependido das travessuras que fazia, tendo por alvo seres humanos sensíveis e suscetíveis. E nesta mesma época  a pintora Tarsila do Amaral  que foi uma de sua esposa disse Oswald era capaz de destruir um afeto por causa de um gracejo mordaz e ferino. Já Mario de Andrade dizia que era a figura dinâmica do Movimento Modernista tendo a fé criador e dom de divertir. O critico António Cândido, dizia ser Oswald um dos mais vivos ensaístas e panfletários da nossa literatura, com uma rara capacidade de tornar sugestiva a ideia pela violência corrosiva das afirmações, o humorismo e o fulgor dos tropos. Na obra propriamente criadora, mostrou a importância das experiências semânticas e o relevo que a palavra adquire, e quando manipulada com o duplo apoio da imagem surpreendente da sintaxe descarnada. E assim quebrou barreirs entre a poesia e a prosa.

Oswald dizia que a poesia para os poetas era a alegria dos que não sabe e descobrem. e que a poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da favela sob o azul cabralino, são fatos estéticos. Outra frase que acho lindo é quando ele diz "O estado de inocência substituindo o estado de graça que pode ser uma atitude do espírito".

Muita gente gosta de falar de Oswald Andrade e de seus amores, era um homem que amou demais. Primeiro temos uma grane paixão em Paris como a Kamiá, como ele chamava Henritte Bouffleurs, depois apaixonou por Carmem Lydia a bailarina, que deixou-a pois apaixonou por Lourdes Olzoni, Tarsília do Amaral com quem apaixonou-a, e deixou por Patrícia Galvão  a Pagú, que fez aproximar do Partido comunista Brasileiro -PCB, com o qual ele rompeu em 1945. 

Passou a ter uma vida mais boêmia e apaixonou por Pilar Ferrer e separou de Pilar por apaixonar por Juliete que separou e teve o seu último casamento que foi Maria Antonieta. E faleceu aos 64 anos de infarto, no dia 22 de outubro de 1954. Na época tinha perdido dinheiro e estava vivendo de empréstimos e pendurado. Eu até cheguei acreditar que o amor demais, levava o coração ao colapso. Nunca tive amores eloquentes mas isso era apenas um temor.

Oswald de Andrade foi enterrado no Cemitério da Consolação ao lado de seus país e avôs. Dizia que o poeta sempre escandalizou seja por seus atos livres e excentricidades quer seja por seus artigos polêmicos, e muitas vezes ferinamente irônicos. Seus sarcasmos, no entanto, nunca foram gratuitos, como muita gente quis fazer crer, pois era antes e mais nada uma pessoa integra e isto António Candido conta no livro Digressão Sentimental 

Um grande publicação dele foi o manifesto Antropofago na qual ele dizia só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente, Filosoficamente. E a única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos. de todos os coletivos. De todas as religiões. De todos os tratados de Paz.

Esses fragmentos possibilita assim registrar a vida desse menino, como dizia Di Cavalcanti, ambos camaradas e amigos e sua participação no mundo dos vivos e a ternura de quem batizou a tela da sua esposa Tarsila de Abaporu o homem que come, por isto iniciou o Movimento de antropofagia, junto com Raul Bopp, Alcântara Machado e outros. Interessante esse registro como marca de uma grande personalidade do mundo da literatura brasileira. E que não é fácil de escrever sobre ele e apenas registro isto com a máxima humildade.


Manoel Messias Pereira

poeta e cronista

São José do Rio Preto -SP. Brasil







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