Pular para o conteúdo principal

Crônica - Hoje estamos a 18 anos sem a camarada Ana Montenegro

 



Hoje estamos a 18 anos sem a camarada Ana Montenegro.


Em 30 de março de 2006 em Salvador -BA, faleceu por morte natural a camarada Ana Montenegro como ficou conhecida Ana Lima do Carmo. Ela que nasceu em 13 de abril de 1915 em Quixeramobim-CE. Estudou letras, direito, trabalhou como jornalista, ativista pelo direito da mulher e uma grande comunista do Partido Comunista Brasileiro - PCB e que deixou um estimado legado na história do mundo e do Brasil. 

Quando instalou-se no Brasil o regime ditatorial civil, militar e empresarial em 1964, quando em toda a América Latina, os Estados Unidos da América com a Cia implementou operações como Condor, Bandeirantes e Brother Sam, ele foi a primeira mulher a ser exiliada e ficou quinze anos no exterior longe da família e de todos os seus entes queridos.

No exterior trabalhou na Organização das Nações Unidas -ONU, na Unesco e foi redatora da Revista Mulher par o mundo inteiro da Federação Democrática Internacional de Mulheres Militantes do Partido Comunista Brasileiro.

Foi co-fundadora do Periódico "Movimento Feminino", editado durante dez anos e que serviu de instrumento de divulgação das lutas e conquistas das mulheres brasileiras. Foi colaboradora dos jornais cariocas Correio da Manhã e Imprensa Popular.

A sua filiação ao PCB foi feito em 1945, provavelmente no período em que o mundo estava saindo da ressaca da Segunda Guerra Mundial.

A sua história acompanha a luta pelo fim da ditadura e a abertura para a vida de um governo civil, e observamos que entre 1985 a 1989 participou do Conselho Nacional dos direitos da Mulher e foi assessora da Ordem dos Advogados do Brasil -OAB na sessão da Bahia atuando pelos direitos humanos e membro do Fórum de Mulheres de Salvador.

Em 2005 foi indicada junto com outras 99 mulheres o Premio Nobel da Paz. E em 1990 afirmava em alto e bom som que a sua luta continuava e era por pão, trabalho e terra. e dizia que por isto tinha a liberdade, e respeitava o povo em suas reais necessidades. E neste ativismo feminino não esqueceu também de afirmar e lutar contra o racismo implementando trabalhos junto a população afro. Deixou inúmeros artigos, ensaios e poesias. O seu ativismo foi um ativismo de classe.

Após a sua morte recebeu a homenagem póstuma da Medalha Chico Mendes de Resistencia entregue pelo Grupo  de direitos Humanos Tortura Nunca Mais.

Em sua homenagem o Partido Comunista Brasileiro fundou o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, que busca a participação das mulheres aliada as lutas revolucionária da classe trabalhadora, pois no Brasil são elas oprimidas pelo patriarcado e exploradas pelos sistema do capital. E o último encontro do Coletivo ocorreu em 2015, na cidade de São Paulo. E hoje tens um trabalho reconhecido em todo o Brasil. Hoje faz 16 (dezesseis anos) de sua morte. Ana Montenegro presente agora e sempre.

 Poesia sobre Marighella (sem titulo)

Ana Montenegro


Em seu enterro não havia velas:
Como acendê-las, sem a luz do dia?
Em seu enterro não havia flores:
Onde colhê-las, nessa manha fria?
Em seu enterro não havia povo:
Como encontrá-lo, nessa rua vazia?
Em seu enterro não havia gestos:
Parada inerte a minha mão jazia.
Em seu enterro não havia vozes:
Sob censura estavam as salmodias.
Mas luz, e flor, e povo, e canto
responderão “presente”, chegada a primavera mesmo que tardia!
Ana Montenegro
Berlim, outono 1969.

Manoel Messias Pereira

professor, cronista

São José do Rio Preto -SP. Brasil






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Artista do dia - Nicole Sherinzinger

Nicole Scherzinger cantora, compositora e atriz estadunidense Em 29 de junho de 1978 nasceu em Honolulu-Havai Nicole Prescovia Elekolani Valiente Aniversariante do dia a cantora do grupo Pussycot Doll  

Passenger - Let Her Go

poesia - Pensem nelas - Manoel Messias Pereira

  Pensem nelas Seja sua esposa ou namorada, ou irmã pensem nelas como um conjunto da obra como ser sensível e, mantenha uma atenção redobrada e, se corrija sempre que puder pensem e repense para sempre nelas como detentoras de vidas, que possibilitam vidas mas nunca esqueçam que elas são seres de direitos inclusive de  vontades e desejos do orgasmo e de prazer sexual feminino. Manoel Messias Pereira poeta São José do Rio Preto -SP. Brasil