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Crônica - Vagalume a poesia de Luis Aranha - Manoel Messias Pereira

 


poeta e artista plastico Luis Aranha


Vagalume a poesia de Luis Aranha


Um dia no livro com poesias de Luis Aranha, organizado por Nelson Ascher, numa pesquisa de Rui Moreira e que foi editado pela Editora Brasiliense no idos de 1984, pouco antes de Luis Aranha vir a falecer uma vez que seu falecimento se deu em 29 de junho de 1987 lá no Rio de Janeiro. Ele que nascera em São Paulo em 17 de maio de 1901, no primeiro ano do Século XX. 

E o que vale ressaltar é seus escritos, que embora tenha passado pelo ensino fundamental e medio, que vi falar de literatura desde muito cedo, eu não conhecia o poeta e suas obras pelos bancos escolares. Eu sei que as aulas de literaturas, assim como de história são essenciais para ampliar os nossos conhecimentos e dar possibilidade de abrir os horizontes para a possível discussão de nosso tempo.

O pequenino poema chamado "Vagalume", pequenino mais de abrangência universal, pois tocou-me sensivelmente na minha vida e trouxe saudades de minha infância.

"Vagalume"

Vês uma pedra azul
Que baixa e que se eleva?
É da pulseira
Dos braços de ébano da treva"

O me encantamento era porque ainda menino de 4 anos aproximadamente, minha mãe saia comingo e com a minha irmã naquele terreiro escuro e sentado num pequeno banco de madeira, ficavamos olhando o céu e encantando com os vagalumes e seus piscas piscas.

Aprendi que as luzes do vagalume  vem de uma reação quimica do próprio animal chamada bioluminescentes em suas membranas externas. E assim minha mãe contava estorias sobre o vagalume e o grilo dizendo que eram primos. O grilo não tinha luzes mas tinha o canto, e que nós ouviamos sempre em casa escondido num cantinho só pra nos encantar. 

Ela dizia que os griloseram insetos pertencentes a ordem dos orthoptera, assim como os gafanhotos de cabeça grande olhos compostos alguns te asas mas todos tem a perna trazeira adaptada para o salto.

Mas voltando ao poema, quando Luis Aranha fala que vês um pedra azul, provavelmente ele vê o vagalume que voa na sua reação bioluminescentes, brilhando no escuro. Que baixa e se eleva ou seja fazendo certo movimento, quando ele disse da pulseira eu acredito que seja uma alegoria ou fantasia para expicar o seu encantamento, em que ele se vê no braço de ébano ou das trevas. Na questão de ébano é pra lembrar o escuro, pois remete-nos a árvore do gênero diospyros uma madeira nobre e escuras bastante utilizada para móvieis, quando ele descreve as trevas está falando da noite.

A noite geralmente nos encantam, nos traz informações e desinformações provocados por sentimentos de mães e país, que nos ensinavam estorias de monstros, de lobishomens, essas bobagens que desde muito cedo tirei da minha vida. E desacredtei das estorias infantis que destestava. e sempre valorizei assim a história humana das familias, da sociedade, e das relações sociais. Que achava mais graças e também ficava assustados com algumas tragédias, mas sempre entendi que fazia parte  deste espetáculo humano que era viver.

Assim foi minha reação, ao ler o poema vagalume de Luis Aranha. Que foi poeta e diplomata brasileiro, nascido na cidade de São Paulo no dia 17 de maio de 1901, teve a sua primeira grauação pela Universidade de são Paulo, na Faculdade de Direito USP -FDUSP. Morou também em Candido Mota-SP, E depois foi para o Rio de Janeiro entrou para o Ministerio do exterior onde exerceu muitas funções.

Foi um artista da primera geração de modernistas, lembrados pela noite das vaias quando leu seus poemas no dia 15 de fevereiro de 1922. Foi pouco lembrado pela crítica, talvez neste caso foi que não visualisei ou não recordo  de sua importancia pelos bancos escolares, mas sei que os seus tres longos poemas conhecido e que está  neste livro organizado por Ascher é o Drogaria de Etr e de Sombras" um poemas que faz-me lembrar as antigas farmacias, que ao passar naqueles estabelecimentos tinha um certo perfume no ar. Hoje isto não ocorre o farmaceutico é apenas um vendedor, de frascos fechados de quimicas ou drogas licitas. embora não se vende cachaça e nem cigarro nas drogarias.
Outros poemas é Pitágora e o Poema giratório.

Dedicou a sua vida também  a ao estudos das artes plásticas, e faleceu no dia de São Pedro, quando as familias dançavam quadrilhas nas ruas do Rio de Janeiro, tomava quentão, pipocas, arroz doce, bolo de milho, soltavam rojões , busca pés traques. E o grande poeta despedia-se da vivença para eternizar-se universalmente. Dia 29 de junho de 1987 dia de seu falecimento.


Manoel Messias Pereira
poeta e professor de história
São José do Rio Preto -SP. Brasil



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