João Alfredo e seu livro Mercador de Ilusões
Em minhas mãos tive a felicidade de receber o livro do escritor rio-pretense João Alfredo intitulado "O Mercador de Ilusão" editado pela All Print Editora, é um livro por demais interessante pois tem uma linguagem popular e a reversa da literatura oral. São contos ou kicro histórias que curriqueiramente ouvimos dentro de outras histórias. Uma forma na qual identifico os chamados micro contos dos povos árabes, aquele vendedores, que no passado caminhavam com o trabalho de mascates, vendendo produtos e dando a possibilidade de contar e ouvir histórias da própria vida.
O escritor João Alfredo mora em são José do Rio Preto, onde foi agente penitenciario, e na última eleição ao pleito municipal de São José do Rio Preto figurou-se como candidato a vice prefeito, a candidatura de Celi Regina do PT. Ambos duas pessoas amigas, e que carinhosamente cultivamos no coração.
A obra de João Alfredo faz nos retomar a saga dos povos árabes e negros como uma sabedoria sem fronteira. E sobre isto basta observar que no primeiro conto intitulado Desventura temos um personagem árabe, cujo o nome é Salim, e muito habil pois trabalha sempre pra justificar as frases populares como "nem só de pão vive o homem", ou "cavalo dado não se olha os dentes" ou outras frase que são do domínio popular.
Um conto que o próprio autor recomenda, e outro conto que destaco, é "Morte na rua Cuba" e por que? É que creio que o escritor utiliza de expressões de detahes, de conversas com pessoas da própria segurança pública e utiliza esses conhecimentos com habilidade literária. e todos os seus contos tem um enredo e um final inesperado.
E nestes dois contos posso testemunhar as minhas afirmações, recorro -me a teoria da Literatura de Stephane Santerre Sarkani, da coleção Saber editado pela Publicações Europa - América, para embasar a minha hipótese. Na qual na página 67 consta sobre as reservas culturais da literatura oral. Na qual aparece o carater popular bem patente na África Negra. E vale resaltar que estamos falando de um autor afro descendente riopretense, cujo o espirito da obra está no estado de sobrevivencia tradicional em que está ligada a vida quodidiana.
Porém nesta mesma obra na página 69Stephane Sarkani, retrata a nova transcrição da oralidade africana. E voltando para a obra de João Alfredo ele vai nos trazer o seguinte fragmento de seu livro o conto Natal na senzala, em que ele traz o engenho, o trabalho do negro, e a luta pela sobrevivencia. Portanto atende os requisitos pesquisados por Stéphane Sarkani, e que diz o seguinte "expõe nos seus escritos sobre negritude evoca o processo de disglasma em situação de contacto interétnico, que se observa em todos os lados e pelo menos em duas culturas em virtude de seu caráter mediato.
João Mora na cidade de são José do Rio Preto e talvez mesmo no seu inconsciente trata da forma de um vendedor árabe talvez seja essa a grande novidade. Essa é a cidade que tens todas as matrizes árabes do mundo. E aqui ele viveu e aprendeu o micro conto árabe sempre bom e de enorme uma moral social importante em cada enredo.
Mas como escritor ele procura o leitor concebível, é aquele que lê interpreta e divulga a sua obra, e isto que é preciso no mercado.
A sua obra também me faz passar pelo crivo do que ensinou Enrique Anderson Imberte, quando no seu livro "Critica literária seus métodos e problemas"da Livraria Almedina de Coimbra-Portugal, o autor fala da linguagem, e descreve na possibilidade de tê-la na atividade psicofisica de um ser humano que produz. No signo ou na série de signos que poderia ser interpretada ou na atividade psico-fisico de outro ser humano. Os seus micro contos tem essas características, todas.
O Livro O Mercador de Ilusões é uma obra que me fez lembrar Pierre Macherrey, quando na página 58 de seu livro "Para a Teoria da Produção Literária" da edições Mandacaru de Lisboa em Portugal produzido em São Paulo, onde consta "O horizonte que limita o labor literário não é o da razão mas, propriamente o da ilusão, do discurso é a area que establece essa ilusão, além da distinção entre o falso e o verdadeiro o texto malha cerrado, obedecendo os ditames de uma lógica própria, estilistica em que se tece o discurso literário". E assim posso afirmar que é essa uma boa obra e que merece dos demais atenções e olhares.
Manoel Messias Pereira
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