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Crônica - Labirinto Utópico - Manoel Messias Pereira

 







Labirinto Utópico

Viver não pode ser apenas a ilusão de mantermo-nos financeiramente, num labirinto matemático, especulativo, em o que necessitamos ganhar é uma realidade abstrata e o que recebemos como empregados ou escravos de um sistema é só uma migalha concreta. Como se um saco de concreto cheio fosse jogado sobre os nossos crânios.

Viver precisa ir além deste sufoco, em que tentamos respirarmo-nos, e quase somos esmagados por articulações outras, que estão além das pessoas, além das paredes, das janelas, e das vidraças que necessitamos quebrar mas que entendemos, que os nossos atos são de perfeitas inutilidades.
Parece que lutamos querendo o sol, quando tudo é frio, como o corredor de um hospital, de uma santa casa de misericórdia qualquer. Sempre frio. E vale lembrar que o necrotério também é frio. Enfim bem gelado.

O contexto do mundo, tem como comando um sistema, que é comandado por um mercado. E neste processo não há emoção, não há coração. Ou melhor o coração até aparece como peça publicitária, de marketing, nas campanhas pra vender chocolates, produtos eróticos, pra lembrar dias das mães, dos namorados, das crianças, pais, Natal, essas coisas que servem pra que comerciantes possam angariar as nossas concretas migalhas, e vendermo-nos suas bugigangas.

 Ou quando não, enfartamos e somos hospitalizados nos corredores frios, onde provém os tratamentos, acompanhados de outros comércios como o hospitalar, médico-científico, farmacêuticos, numa oficina de enfermagem, em que a peça a ser consertada, ou reestruturada, ou desintegrada é um corpo humano, passível de compreensão e dor. E agora a economia capitalista que parece algo físico, porém é uma peça ideológica recente com o Covid-19. 

E nisto tivemos  um governo genocida que pouco importou com quem morreu e com suas famílias brasileiras desoladas, somente queria salvar o mercado ou melhor os capitalistas, que não são muitos, mas que financiam suas campanhas politicas.

Somos homo-sapiens do latim sábios, que vivemos no mundo natural, racional, emocional, com perspectivas filosóficas, científicas, doutrinárias, religiosas ou pós religiosas, agnósticas, com idealismo, racionalismos, materialismos tais como feuerbachnianos, hegelianos, marxistas. Com cérebros altamente desenvolvidos, muito mais pra destruir do que pra construir.

E assim depois da destruição, ficamos, brincando de recuperar o olhar, sobre as coisas, a saúde, os rios, as florestas, como pequenas formigas, diante dos venenos, das máquinas de extermínios, como armas, bombas e fontes de energias organizadas para o extermínios.

Pensamos que podemos escarpar deste labirinto do viver "sufocados", com a vida e, até dar liberdade aos nossos espíritos . E assim cumprir as profecias bíblicas de termos sidos feitos de barros e ao pó voltarmos, ou dos ensinamentos do candomblés que dizem, que a deusa Nanã empresta ou barro para Olodumaré, mas diz depois de usar devolva-me.

E quando as pessoas falecem o corpo volta pra terra. Cumprindo os ensinamentos cabalísticos do culto. Embora morrer é causar um pouco de tristeza e estabelecer extremas e doloridas lágrimas para quem amamos.





Manoel Messias Pereira
professor e poeta
São José do Rio Preto - SP







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