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Artigo - As cicatrizes Históricas da Coreia do Norte - Manoel Messias Pereira



 










As Cicatrizes Históricas da Coreia do Norte

Hoje quando procuramos entender o pensamento asiáticos onde está localizado geograficamente as Coreias do Sul e do Norte, e as questões que envolve o Ocidente, os Estados Unidos da América, a China e até a Rússia, e agora a ONU, devemos partir sim da história econômica, político e social. E neste contexto vamos deparar inclusive com os dramas pessoais, que refle isto tudo, com lágrimas, saudades, autoridades, injustiças, tristezas, coisas que só o tempo consegue apagar. E outras palavras são cicatrizes da guerra,  de lutas de processos de escravidão, e submissão no âmbito internacional. Cicatrizes, rachaduras, fraturas exposta.

A origem da Coréia remonta-se antes da era cristã, quando naquele local foi dividido em três reinos. O de Silla, de Koguryo e Paekche, que segundo a tradição de 57a.C., 37a.C., e 18a.C. O reino de Silas unifica a região em 668. E em 935 foi fundada a Dinastia Koryo, que dá origem ao nome Ocidental do país Coreia. Nos séculos seguintes , o território foi disputado por chineses, mongóis, japoneses, e russos.

Em 1910 o Japão vai anexar o território e tenta suprimir a língua e a cultura coreana. Mas é durante a Segunda Guerra Mundial, que milhares de coreanos são levados a trabalhar forçados no Japão e em países sob seu domínio. Mas com a rendição japonesa em 1945, os coreanos foram divididos em duas zonas de ocupação. Uma norte americana no Sul e outra soviética no Norte e correspondente mais tarde aos antagonismos da chamada guerra Fria do pós Segunda Guerra.

E em 1948 foram criados os dois Estados a Coreia do Norte e a Coreia do Sul e ambos reivindicando o direito sob todo o território coreano. E em 1950 a Coreia do Norte invade o Sul. E a ONU envia tropas na sua maioria soldados dos Estados Unidos da América, que contra-ataca a ocupação norte-coreana. E em 1951 a China entra na guerra e conquista Seul a capital da Coreia do Sul. Uma nova ofensiva dos Estados Unidos empurram norte-coreanos e chineses, para o paralelo 38 a linha que separa as duas Coreias. E nestes episódios em três anos cinco milhões de pessoas morrem e pelo menos dois milhões eram civis. Em 1953 cria-se uma zona desmilitarizada com uma trégua assinada entre as duas coreias.

Com a ajuda da URSS hoje extinta e da China, a coreia do Norte é reconstruída e cria-se um regime que para a maioria dos analistas do Ocidente era um culto a Kim II Sung, que governou o país com mão de ferro. E em 1990 o país passou a ser foco da Agência Internacional de energia atômica, pois já observavam eles trabalhando com esse desenvolvimento científico. Em 1991 quando a URSS foi extinta, a Rússia passou a exigir o pagamento em moedas conversíveis por suas exportações era o fim do subsídio ao país. e em 1994 Kim II Sung falece. E entra em cena o seu filho Kim Jong II, parecendo muito uma dinastia monárquica, é um regime de partido único e tens como órgão supremo a Assembleia Suprema do Povo, que a imprensa diz ser comunista mas não li nenhuma linha ideológica ou orientação teórica revolucionária deste  povo  portanto não afirmo nada disto. E Kim Jong II  assina com os Estado Unidos da América, um acordo da qual abre mão da tecnologia atômica e bélica em troca de 500 mil barris de petróleo. Se observarmos o que aconteceu nos anos de 1995 e 1996 vemos que houveram grandes inundações e em seguida em 1997 houve um grande seca que prolongou e destruiu toda a agricultura de arroz. E contou com os estados Unidos que antes tinham sanções aquele país, tira parte destas sanções e avança em conversas inclusive sobre o fim dos testes de misseis e uma aproximação com a Coreia do Sul. E no ano de 2000 houve até reuniões entre os dois países.

E a grande fratura da relação foi quando o próprio estados Unidos sabia dos trabalhos científicos em relação a um programa nuclear em 2002. Para dissuadir foi criado o Grupo dos Seis, formado pelas duas Coreias,  pela China, a Rússia os Estados Unidos e pelo Japão. Porém neste mesmo ano o governo norte americano de George W Bush, incluem a Coreia do Norte, o Iraque e o Iram, como países que fazia parte do "Eixo do Mal", que apoiava terroristas e produziam armas de destruição em massa. E para ajudar em 2006 um drama diplomático envolvendo a Coreia do Norte e Japão, quando alguns coreanos foram acusados de   sequestrarem  japonesas nos anos de 1970 e 1980. Pyongyang nega mas o Japão quer que pague pela reparação pela ocupação no início do século XX. O governo norte-coreano tem dificuldade em abastecer a todos seus cidadãos e pedem ajuda. tenta fazer uma reforma e aumenta a inflação. E para completar a tragédia vemos que em 2010 os norte coreanos são acusados de atacar um navio de guerra da coreia do Sul. Com a doença de Kin Jong II e sua morte assume Kin Jong Un, que foi elevado a general.

Com a chegada de Donald Trump ao governo estadunidense, a questão atômica voltou aos noticiários, e Kin Jong Un, passa a realizar testes desafiadores para o presidente estadunidense. E vários testes com mísseis traz uma intranquilidade para a região. E devido a isto no dia 22 de dezembro de 2017, o Conselho de segurança da ONU impos sanções a Coreia do Norte aumentando o escopo das medidas determinadas ao país diante da continuidade de seus programas nucleares e balísticos incluindo o lançamento de mísseis no dia 28 de novembro de 2017. A Resolução foi adotada de forma unânime em que o Conselho de 15 países decidiu que todos os estados -membros devem proibir o fornecimento, a venda ou transferência direta ou indiretamente para a Coreia do Norte de petróleo bruto produtos petrolíferos refinados e outros tipos de equipamentos e matérias primas.  além do mais o conselho decidiu que que os Estados membros precisam repatriar  todos os cidadãos  norte coreanos que estiverem em seus territórios e que gerem receitas para o país. O Conselho ainda disse que expressam profundas preocupações com as graves dificuldades que o povo norte coreanos. e pede para o governo abandonar as questões dos testes e passe a promover o bem estar de sua população.

Essa é uma forma fria, reduzida de poder olhar o horizonte, dos trabalhadores que lá residem que não é diferente dos trabalhadores do mundo que sempre submetem-se a uma busca de sangue, suor e determinações para a sua sobrevivência. E nisto reside os dramas pessoas como da sra. Kim Ryon Hui, que em 2011 foi para a China e depois para a Coreia do Sul, onde teve a sua cidadania de norte coreana cancelada, foi impedida de voltar e acabou sendo presa, como contamos no texto abaixo e onde ha também uma carta de sua filha entregue na ONU. Kim Ryon Hui interrompeu uma conferência de Imprensa sobre os Direitos Humano para que sua história fosse conhecida.


Caso Kim Ryon Hui




A comunicação social está a censurar esta notícia.

"Norte-coreana invade evento da ONU e implora para voltar à Coreia do Norte

Na quinta-feira (14/dezembro de 2017), um evento da ONU em Seul, na Coreia do Sul, contou com uma participante inusitada. A norte-coreana Kim Ryon Hui interrompeu a conferência de imprensa sobre direitos humanos para contar sua história e implorar em lágrimas pelo retorno à Coreia do Norte.


Ela saiu de seu país em 2011 para visitar parentes e buscar um tratamento para sua doença hepática, pois havia ficado hospitalizada durante seis meses e tinha ouvido falar que na China havia um tratamento mais avançado. Entretanto, quando chegou na China, viu que não poderia pagar pelo tratamento e foi para a Coreia do Sul, onde, segundo disseram a ela, poderia ganhar muito dinheiro e pagar o tratamento. Mas não foi o que ocorreu: Quando chegou no país vizinho, foi enganada, teve sua cidadania norte-coreana cancelada e foi impedida de voltar à Coreia do Norte pelo governo sul-coreano. Ela acabou sendo enviada a uma prisão e em diversas ocasiões tentou se suicidar.
Há anos Kim luta voltar para a Coreia do Norte. Sua família, junto ao governo norte-coreano, acusam a Coreia do Sul de sequestrá-la. Ela mesma faz essas acusações frequentemente. “Há sete anos eu estou detida de maneira forçada na Coreia do Sul”, disse Kim em sua inesperada intervenção na reunião da ONU. Emocionada, lembrou que tem pais, marido e filha a esperando na Coreia do Norte. Sua filha não há vê desde que tinha 17 anos. Hoje ela tem 29.
Kim é considerada um símbolo dos norte-coreanos que cruzam a fronteira influenciados pelas coisas boas que ouvem sobre o Sul (e, muitas vezes, seduzidos pelo pagamento de U$ 860 mil oferecido por Seul a quem desertar) mas que não conseguem uma vida digna na Coreia do Sul e acabam marginalizados. Muitos deles tentam voltar ao Norte, mas a legislação sul-coreana não permite".

Pyongyang, 19 de agosto (KCNA) - O Conselho de Medida para Garantir Direitos Humanos das Mulheres Empregadas da RPDC, composto por vários órgãos sul-coreanos, incluindo a Sede Sul da Aliança Pan-Nacional para a Reunificação da Coréia e o Centro de Direitos Humanos do Conselho das Igrejas Cristãs , divulgou uma declaração em 15 de agosto exigindo a repatriação das mulheres da RPDC, de acordo com notícias sul-coreanas Yonhap.
Deplorando sua situação de ser forçado a viver sob armistício instável e persistente perigo de guerra, o comunicado disse:
O regime deve tomar uma decisão decisiva para abrir uma nova era de reconciliação nacional, unidade e reunificação. Para este fim, deve investigar profundamente a verdade atrás do caso suspeito de "deserção do norte" planejado pelas forças do Parque Guen Hye que se intrometeram nos "assuntos estaduais" e no Serviço de Inteligência e repatriam as mulheres cidadãs do norte , em primeiro lugar.
A declaração exortou o regime a punir os responsáveis ​​pelo caso e tomar uma medida para evitar a sua repetição.


Carta de Kim Ryon Gum, filha de Kim Ryon Hui, ao Secretário-Geral da ONU, ao Presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU e ao Alto Comissário para os Direitos Humanos.

"Caro Secretário-Geral, Presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU e Alto Comissário para os Direitos Humanos.
Eu sou Ri Ryon Gum, filha de Kim Ryon Hui, que foi detida na Coreia do Sul por quase 6 anos devido a uma trama desprezível das autoridades sul-coreanas.
Minha mãe, Kim Ryon Hui, foi a um país vizinho visitar um parente em setembro de 2011 antes de ser levada para a Coreia do Sul por conspiração e truques das autoridades sul-coreanas.
No primeiro dia em que foi levada, minha mãe percebeu que tinha sido enganada e exigiu fortemente sua repatriação à República Popular Democrática da Coreia. Ela está lutando por sua repatriação.

Através de diferentes canais, muitas vezes ouvi a notícia de minha mãe que está lutando por seu retorno para casa, dizendo que ela é um cidadã da RPDC e chamando para enviá-la de volta para sua casa nativa em Pyongyang.
No entanto, as autoridades da Coreia do Sul impediram a minha mãe de regressar à sua querida pátria, a cidade onde nasceu e cresceu e ao seio da sua querida família, e a levou a uma prisão acusada de violação da lei de "Defesa Nacional "
Depois da libertação da prisão, eles induziram a polícia a observar constantemente até mesmo o seu ligeiro movimento e revistaram a casa de repente, impondo-lhe sofrimentos incalculáveis.

Então decidiu cortar sua artéria para se matar.
Minha mãe desejava voltar à pátria tanto em seu sonho, mas o comportamento muito indignante das autoridades sul-coreanas que a colocaram em um estado tão pior.
Aproveitando esta oportunidade, lembro-lhe que tinha enviado uma carta ao "Grupo de Trabalho" sobre os desaparecimentos ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em setembro de 2015, queixando-se das atrocidades contra os direitos humanos das autoridades sul-coreanas que detiveram minha mãe impondo infortúnio e sofrimentos que minha família esteve sofrendo devido a isso.

Um mês depois fui informada de que o "Grupo de Trabalho" tinha recebido corretamente a carta, mas até hoje minha mãe está detida e submetida a todo tipo de opressão e vigilância das autoridades sul-coreanas.
Não consigo entender por que o "Grupo de Trabalho" está ignorando a desgraça e o sofrimento de minha família e não tomando medidas contra a detenção criminal de minha mãe pelas autoridades sul-coreanas. O sofrimento e a tragédia que minha família está passando por nada tem a ver com você? São 6 anos desde que eu fui separada da minha mãe. Naquela época eu era uma garota do ensino médio. Agora estou estudando na turma de uma universidade.
Minha mãe dizia sempre que desejava ver a filha em uniforme universitário. Pouco antes da formatura da universidade eu falhei para mostrar-lhe em uniformes da universidade a ela mesmo uma vez. É deplorável.
Não é uma tragédia que meu avô e minha avó com mais de 70 anos poss chorar, dizendo que é seu desejo ver minha mãe, sua filha mais velha, antes de sua morte?
Eu quero perguntar às autoridades coreanas do sul por que tais dores e sofrimento; Vocês são seres humanos?
Se sim, como você pode cometer tal crime de privar os pais de uma filha e separar impiedosamente a filha da mãe? Claramente falando minha mãe é um vitima detida pelas autoridades coreanas do sul. A detenção de minha mãe pelas autoridades sul-coreanas é uma grave violação do direito internacional e crime contra os direitos humanos.

As autoridades da Coreia do Sul devem enviar minha mãe o mais rápido possível para sua pátria, para sua família sem demora, como ela exige fortemente. Espero que as organizações das Nações Unidas investiguem de forma justa os atos criminosos das autoridades sul-coreanas que detiveram a minha mãe, de acordo com sua missão e tomem medidas práticas para repatriar os cidadãos da RPDC, todos detidos, incluindo minha mãe na pátria e suas famílias assim que possível . Salientando mais uma vez que tal desgraça da minha família foi causada juntamente com a tragédia da divisão nacional forçada por força estrangeira. Eu sinceramente apelo que minha expectativa para as organizações da ONU não aumente minha decepção. "



E por isso afirmo que quando procuramos entender o pensamento asiáticos onde está localizado geograficamente as Coreias do Sul e do Norte, e as questões que envolve o Ocidente, os Estados Unidos da América, a China e até a Rússia, e agora a ONU, devemos partir sim da história econômica, político e social. E neste contexto vamos deparar inclusive com os dramas pessoais, que refletem isto tudo, com lágrimas, saudades, autoridades, injustiças, tristezas, coisas que só o tempo consegue apagar. E outras palavras são cicatrizes da guerra,  de lutas de processos de escravidão, e submissão no âmbito internacional. Cicatrizes, rachaduras, fraturas expostas.


Manoel Messias Pereira

professor de história, cronista e poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
Membro da Associação Rio-pretense de escritores -ARPE
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira.
São José do Rio Preto -SP. Brasil



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