Lembrança do Professor Bartolomeu Campos Queiroz
Recordo hoje de uma matéria jornalística do Caderno Temático do Jornal da Unicamp, de agosto de 2001,na qual o professor Bartolomeu Campos Queiroz, escrevia que "A Escola forma homens infelizes e inseguros"
O senhor Bartolomeu foi um escritor que nasceu em Papagaios, uma cidade pequena de Minas Gerais no dia 25 de agosto de 1944 e faleceu em Belo Horizonte no dia 16 de janeiro de 2012. Na sua história com a educação, consta que ele trabalhou com artes nas escolas, que foi um ser humano que passou pelo Instituto pedagógico Nacional de Paris, até que um dia resolveu dedicar apenas a literatura.
Saiu de sua cidade natal, na qual consta que Papagaios tinha um gosto de laranja da terra, e passou a conhecer várias cidades, caminhando e apreciando azulejos, atento as cores e aos cheiros. Conheceu escolas por todo o Brasil, e dizia que a peregrinação era fruto de uma nova abertura.
Mas se via diante dos equivocos perpetrados por instituições que acabou por ser um fim e não um espaço intermediário, na onde o aluno sai com um certificado, mas desconhece as perspectiva de ser ouvido. E ele via essa determinação algo autoritário.
E diante disto ele via a escola produzindo o aluno infeliz, inseguro, medroso, menos sensível e cada vez mais preocupado com o financeiro.
Diante disto ele via que na literatura o caminho abre porta para a reflexão. Enquanto o governo está interessado em números de seres humanos matriculados. E não tem preocupação nenhuma com a qualidade da educação. E ele dizia se tivesse pagaria um salário digno, construiria prédios e priorizava a formação de estudantes conscientes.
E via a Educação como algo servil, a mercê da ideologia dominante e por atender apenas ao mercado consumidor.
E a frase de que "se você não estuda, não tem emprego" E ele dizia não quero só isso. Quero um empregador que reconheça a minha criatividade, minha sensibilidade"
Quanto aos livros ele criticava o professor que usava os livros como muleta pedagógica , quando o livro deve ser um instrumento de voo e percepção
Para ele a metodologia das escolas revela-se trágicas por excluir das salas de aula as discussões sobre a nova ordem mundial. E diz que o ser humano passa a ser uma máquina produtora. E isto o assustava por isto ele trabalhava a literatura para desenvolver ao ser humano a sua humanidade.
Vejo como importante essa lembrança até por que todos nós temos uma memória afetiva com a escola, com a educação, que não começa na instituição escolar, mas em casa. E suas obras suas falas leva-nos a por dúvidas nas nossas práticas de educadores. E preciso todos estar atentos, dialogando coletivamente para um mundo em transformação, mas que estar alicerçado no contexto do capitalismo, portanto não atendendo as necessidades dos alunos da forma da qual reclamam. Porém é preciso também observar as reclamações e entende-las no qual sentidos elas estão amparadas.
E quando será que a Escola poderá formar seres humanos libertários, livres, consciente da transformação social responsáveis por uma direção revolucionária do país. Quando? É preciso estabelecer uma ampla discussão entre todas as comunidades escolares pautadas, num confronto materialista dialético e histórico. E para tal aguardamos esse sonho transformar-se em realidade. E somente consegui escrever esse reclamo estimulado pela matéria descrita no Jornal da Unicamp, no Caderno Temático. É pessoalmente seria tão bom todas essas transformações.
Manoel Messias Pereira
professor de história, jornalista brasileiro
São José do Rio Preto -SP. Brasil.
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