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Artigo - Os 42 anos da morte de William Richard Tolbert Jr. - Manoel Messias Pereira

 



Os 42 anos  da morte de William Richard Tolbert Jr.


Aprendemos com Karl Marx que o tempo é o campo de desenvolvimento humano. E portanto as ações humanas deixam sempre pegadas que permitem investigações que nos levam compreender cada passos destas trajetórias. E numa análise minuciosa surpreendemos as vezes com gestos de humanismo, outras vezes de barbáries, enquanto uns se vestem de santidades outros apresentam-se em monstruosidades. Mas essa é uma ciência que permitem entender um passado refletir num presente e estabelecer passos e degraus como parâmetros para um talvez um futuro. E é assim que observamos as datas históricas e refletimos sobre elas.

Aos professores e estudantes, ao atender a Lei 10 639/2003, vão lembrar que em 12 de abril de 1980 tivemos o golpe na Libéria, um país que foi fundado na África Ocidental, por ex- escravizados do sul dos Estados Unidos da América. E que nesta data portanto há quarenta e dois anos, ocorre naquele país um golpe de Estado e o assassinato do presidente américo-liberiano William Richard Tolbert Jr, numa ação tramada pelo sargento Samuel Kanyo Doe, que ficou no poder. Um nativo, da etnia Krahn que tomou o poder, fez um governo ditatorial, com apoio estadunidense e o fim da vida de Doe acabou sendo torturado e assassinado.

E estes são os dois personagens desta macabra história, que tens como um pano de fundo eu diria o imperialismo estadunidense e suas dinâmica de enriquecimento pelo mundo.

E essa história mostra que no principio do dia 12 de abril de 1980,dezessete oficiais não comissionados e soldados das Forças Armadas da Libéria liderados pelo sargento Samuel Kanyo Doe  lançou um golpe, invadindo o Palácio Presidencial e assassinaram o presidente William Richard Tolbert jr, e depois também assassinaram outras 27 pessoas do seu governo, feito macabro feito numa praia próxima ao centro de treinamento de Barclay em Monrovia. Pra icar mais bonita a história alam que houve um julgamento. Julgar cadáver é loucura. E o corpo do presidente e de seus assessores e pessoas de sua confiança foram jogados numa vala e uma multidão jogaram pedras  nos cadáveres gritando insultos.

O que sabemos é  que apenas quatro pessoas conseguiram sobreviver, entre esses   aquela que mais tarde se tornou presidente a Ellen Johnson Sierleaf, e o vice presidente Bennie Dee Warner. Outros dois personagens da história são pessoas que foram assessores mas não expressivos. E após o golpe Doe assumiu o cargo de General. É interessante nós imaginar uma hierarquia militar, onde os oficiais foram seguir um sargento que é um cargo de instrução e comando de tropas, pode ser que lá a hierarquia seja outra. 

O que sabemos é que foi criado um Conselho de Redenção Popular, ou People's Redemption Council - PRC composto por 14 outros oficiais de baixa patente.

A história de William Richard Tolbert Jr, mostra que ele nasceu nos Estados Unidos da América em 13 de maio de 1913 e faleceu assassinado na Monrovia-Libéria em 12 de abril de 1980, no dia da derrubada de seu governo. Antes foi funcionário público, que foi eleito em 1943 como deputado na Libéria, até que em 1952 foi eleito vice presidente e ocupou esse cargo até 1971 foi o mais longo cargo de vice presidente na história de todo o Continente africano. Era vice Tubman, que acabou falecendo após tentar fazer uma cirurgia da próstata provavelmente tinha câncer. E a partir de 1971 Tolberti Jr entra na presidência e fica até a sua morte.

Samuel K Doe

É preciso observar a história de Samuel que nasceu em Tuzon em 6 de maio de 1951 e faleceu em Monrovia no dia 9 de setembro de 1990. E foi presidente de 1986 a 1990, e ditador  militar de 1980 a 1986 ele que assumiu com o golpe dado. Ele tinha um governo alicerçado na sua etnia e reprimia ao máximo a oposição. Na sua história Doe recebeu instruções e treinamento das Forças Especiais do Exercito dos Estados Unidos da América. E segundo constam os krohn eram o antepassado da população da Libéria assim como outros africanos e contam que foram reprimidos pelos afro-americanos que vieram fundar o país em 1847.

Com Doe foi o primeiro governo que teve um nativo na presidência. E após o golpe sabemos que houve muitas execuções. Porém com o Conselho de Redenção Popular em 1981 Thomas Weh Syine  que dizia pró americano foi preso com outros quatro membro do Conselho e assassinado com alegação de que planejavam conspirar contra o governo.

Doe teve uma afinidade com os Estados Unidos da América, principalmente com o governo de Ronald Regan que chamava o de Presidente Doe. O presidente Liberiano apoiava a guerra fria e no seu governo rompeu as relações com URSS, inclusive não aceitavam os diplomatas que criticavam os Estados Unidos da América.

Doe em 15de outubro de 1985 participou das eleições e ganhou com 51%  dos votos. As eleições segundo consta foram manipuladas as cédulas e os votos foram levados para um lugar secreto, onde 50 homens de Doe contaram os votos, porém antes mataram mais de 50 pessoas consideradas adversários.

Ainda a história reserva outro episódio de que juntamente com Samuel Doe,  Thomas Quiwonkpa que estivera juntos no golpe de 1980 em 12 de abril em novembro daquele ano tentou tomar o poder de Goe num outro golpe tramado, porém fracassou e por isto teve combate em Monróvia e num confronto Thomas veio a morrer. 

Samuel Doe assumiu o poder em 1986, e abriu os portos aos Estados Unidos da América. E a Libéria acabou sendo considerada paraíso fiscal. E já em 1980 não se falava mais em comunismo por lá. E a tal austeridade financeira desapareceu. Porém os Estados Unidos que é um hábil imperialista, desencantou e surgiu as corrupções de Doe. Vultuosas somas de ajuda foram retiradas. Surge a impopularidade de Doe, surge um descontentamento da população local. A etnia de Doe já via-o com bons olhos, ele e o país começam a ficar em situação precária. E era o tempo como dizia de matar esse pato já depenado.

Charles Taylor

O ato de depenação do pato começa com a entrada de Charles Taylor um ex- aliado de Doe que a partir do Natal de 24 de dezembro de 1989, d´de presente ao país uma guerra de guerrilha contra Samuel Doe. E acusa-o de desfalque . Porém se observar quem foi Charles Taylor verás que ele estava numa prisão dos Estados Unidos da América e escapou ou escaparam -o e como agente, pois na verdade estudou economia nos Estados Unidos e era agente da Cia, voltou, mas isso é suposição, pois antes Doe acusou-o de desfalque. E quem com ferro fere com ferro é ferido.

Doe morreu torturado em 1990 a tortura foi filmada e mostrada em noticiário. Num vídeo em que o senador Prince Johnson da Frente patriota bebe uma Budweiser enquanto corta a orelha de Samuel Doe. Duas questões os Doe e Charles Taylor eram ambos mentores estadunidense, ambos com treinamentos militares. Doe esta morto e Charles deve hoje estar preso por crime de guerra. São marcas do imperialismo aos seus semoventes.

E essa narrativa é extremamente macabra do ponto de vista frio e sem quaisquer ação de humanidade, e isto permitem retornar o que aprendi filosoficamente com Karl Marx, quando ele disse que o tempo é o campo do desenvolvimento humano, e as ações humanas deixam pegadas que permitem-nos investigar, compreender, cada passos desta trajetória e surpreendemos as vezes com um ou outro gesto de humanismo, outros de barbárie enquanto uns se vestem de santos e santidades outros apresentam-se em monstruosidade, e a vida continua, com todo o imperialismo americano no mundo. E por isto a luta continua camaradas.


Manoel Messias Pereira

professor, poeta e cronista
Membro do Coletivo Negro Minervino de Oliveira
São José do Rio Preto -SP. Brasil


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