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Crônica - Hoje estamos à 16 anos sem Ana Montenegro - Manoel Messias Pereira

 




Hoje estamos a 16 anos sem Ana Montenegro


Em 30 de março de 2006 em Salvador -BA, faleceu por morte natural a camarada Ana Montenegro como ficou conhecida Ana Lima do Carmo. Ela que nasceu em 13 de abril de 1915 em Quixeramobim-CE. Estudou letras, direito, trabalhou como jornalista, ativista pelo direito da mulher e uma grande comunista do Partido Comunista Brasileiro - PCB e que deixou um estimado legado na história do mundo e do Brasil. 

Quando instalou-se no Brasil o regime ditatorial civil, militar e empresarial em 1964, quando em toda a América Latina, os Estados Unidos da América com a Cia implementou operações como Condor, Bandeirantes e Brother Sam, ele foi a primeira mulher a ser exiliada e ficou quinze anos no exterior longe da família e de todos os seus entes queridos.

No exterior trabalhou na Organização das Nações Unidas -ONU, na Unesco e foi redatora da Revista Mulher par o mundo inteiro da Federação Democrática Internacional de Mulheres Militantes do Partido Comunista Brasileiro.

Foi co-fundadora do Periódico "Movimento Feminino", editado durante dez anos e que serviu de instrumento de divulgação das lutas e conquistas das mulheres brasileiras. Foi colaboradora dos jornais cariocas Correio da Manhã e Imprensa Popular.

A sua filiação ao PCB foi feito em 1945, provavelmente no período em que o mundo estava saindo da ressaca da Segunda Guerra Mundial.

A sua história acompanha a luta pelo fim da ditadura e a abertura para a vida de um governo civil, e observamos que entre 1985 a 1989 participou do Conselho Nacional dos direitos da Mulher e foi assessora da Ordem dos Advogados do Brasil -OAB na sessão da Bahia atuando pelos direitos humanos e membro do Fórum de Mulheres de Salvador.

Em 2005 foi indicada junto com outras 99 mulheres o Premio Nobel da Paz. E em 1990 afirmava em alto e bom som que a sua luta continuava e era por pão, trabalho e terra. e dizia que por isto tinha a liberdade, e respeitava o povo em suas reais necessidades. E neste ativismo feminino não esqueceu também de afirmar e lutar contra o racismo implementando trabalhos junto a população afro. Deixou inúmeros artigos, ensaios e poesias. O seu ativismo foi um ativismo de classe.

Após a sua morte recebeu a homenagem póstuma da Medalha Chico Mendes de Resistencia entregue pelo Grupo  de direitos Humanos Tortura Nunca Mais.

Em sua homenagem o Partido Comunista Brasileiro fundou o Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, que busca a participação das mulheres aliada as lutas revolucionária da classe trabalhadora, pois no Brasil são elas oprimidas pelo patriarcado e exploradas pelos sistema do capital. E o último encontro do Coletivo ocorreu em 2015, na cidade de São Paulo. E hoje tens um trabalho reconhecido em todo o Brasil. Hoje faz 16 (dezesseis anos) de sua morte. Ana Montenegro presente agora e sempre.


Manoel Messias Pereira

professor, cronista

São José do Rio Preto -SP. Brasil



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