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crônica - Minha arte literária - Manoel Messias Pereira

 



Minha arte literária

Hoje vejo a literatura como parte da minha história. E com isto a minha poesia, a minha crônica os meus pequenos artigos tem sempre um pouco de mim. E um pouco do pensamento critico, político, social alicerçado num contexto em que vou construindo uma estrada de sonhos. Pois é, todos os dias escrevo e deixo para o deleite social de quem consegue ler, entender, refletir sobre  um pouco desta arte.

A literatura como escreve Enrique Anderson Imbert no seu livro "A crítica literária: seus métodos e problemas", editado pela Livraria Almedina edição de 1987 de Coimbra, conta na sua página 31 "o estudo cultural" consta que "A literatura, como parte da vida cultural, é objeto das focagens  de diversas especialidades. Todas elas, em oposição à crítica propriamente dita, têm mais apego pela matéria literária do que pelo seu valor estético."

Já a história neste livro consta que é " a  evocação do passado humano. E quando esse passado é constituído por escritos que expressam  experiências pessoais, temos uma história da literatura."

E talvez acreditando nisto posso afirmar que ao longo do tempo descobri uma potencia criadora, e por incrível que pareça meus pequenos escritos me fez eu ser conhecidos. Sempre li a realidade naquilo que está escrito e descrito em vários instrumentos como jornais, revistas, livros. Porém ainda que sabemos que no passado os desenhos descritos nas pedras nos levaram a interpretar uma realidade histórica.

Mas a história não permite apenas nos perder num passado pois o passado está ligado ao presente e arquitetando o futuro. É o ir e o vir dos trabalhos didático do professor em sala de aula. E sempre que temos um acontecimento revelado, temos a nudez exata, do conhecimento que precisa ser delineado, exposto e apresentado.

No livro de Pierre Macherey "Para uma teoria da Produção literária" da Editora Mandacaru de São Paulo de 1989, seno o original da Editora Estampa de 1971-Lisboa. E neste contexto acabei observando nesta obra um apud do camarada Roger Gaurady, que escreve que "O humanismo é a religião da arte: que pretende dar perspectiva ao ser humano, lançando- o no itinerário que leve até ao espaço sem margens de si própria, como se nada faltasse, e também ideólogo absoluto da criação artística."

Quando fazermos nossa arte literária estamos elaborando a nossa obra, e o compromisso humano do escritor e dar humanidade aos seus tratos, com aquilo que se escreve. Gaurady afirma num de seus fragmentos que "o ser humano gera seres humanos, e que o artista gera obras e em condições determinadas." O operário não de si mesmo mas daquilo que, de várias maneiras, lhe escapa e de que só posteriormente se aproxima.

Gauraudy sempre diz que criar é libertar ou ter uma aquisição que paradoxalmente é um dado. Ou então assiste-se uma aparição e, neste caso, a criação é uma irrupção, epifania, mistério. E ambos os casos ficou suprimidos os meios de explicar, a modificação.

E neste contexto a critica da arte ou seja da literatura é a critica daquilo que fazemos seja a poesia, o romance, a crônica, o conto, a questão que isto é uma ficção, alicerçada na realidade. é um instrumento daqueles que apenas desejam julgar. Outro momento além da crítica é o estudo das analises, que faz paradoxo, do tempo do espaço do momento politico, histórico, típico e atípico, da tendência ideológica, sociológica , filosófica, onde se passa a quem de direito se fala ou coisa assim e a quem beneficia.

São dois momentos em que o escritor vê alguém dissecar a sua obra. Na crítica gera uma confusão entre o escrito literário e o escrito da crítica. Ou seja a crítica só existe devido a obra. O crítico regressa ao objeto crucial sem o qual não haveria leitura. Já o analista descobre a razão o chamado segredo razoável e inteligível.

A finalidade toda é se fazer reflexiva ou poética, numa reconstituição do objeto literário. A estrutura da obra é aquilo que de fora da obra destitui da sua falsa interioridade.

Michel Ribon no seu livro "Arte e natureza ele "escreveu que a arte consegue produzir obras que estejam conformes sua essência constitutiva e ela ainda tem pela posse da beleza que lhe é essencial e que uma beleza maior e mais verdadeira que aquela que passa nos objetos exteriores."

Eu posso ter o senso critico, mas sei que não sou critico de arte até porque não interessa fazer a critica da obra mas sim interesso escrever a obra com a leitura da realidade que eu possa traduzir , como um bem a ser deixando para servir a humanidade. E também não faço a analise, mas faço a obra alicerçada nesta realidade e deixo todos os meus leitores prontos para descrever, refletir, discutir a ficção que se torna uma verdade não científica mas literária ou poética. Já o belo existe naquilo que agrada, é a formosura que encanta. E o encanto pode ser talvez uma coisa mágica, talvez.


Manoel Messias Pereira

poeta, cronista de São José do Rio Preto -SP.



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