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Crônica - Iyansã - Manoel Messias Pereira

 



Iyansã senhora dos ventos


Todo o dia 4 de dezembro no Brasil assim como em todos os lugares em que há o catolicismo temos o culto a Santa Bárbara, cuja a história aprendemos com essa Igreja. Barbara era um a filha de um rico e nobre senhor da cidade de Nicomédia na Turquia, na região de Batínia atual Izmit nas margens do Mar Marmara. E que por uns tempo seu pai  deixou-a trancado num torre, era uma moça bonita e rica, porém vivida em solidão e questionava-se sobre toda a criação a mata virgem dos ídolos como os seus tutores lhe ensinavam. Porém o seu pai resolve deixar sair e ela passa a conhecer os cristão e assim tudo sore Jesus e os mistérios da Santíssima Trindade. E pouco depois foi batizada algumas destas história diz que seu pai fez duas janelas numa cada de banho, quando percebeu que havia três. E quando questionou-a ela disse;  a terceira é a minha fé.

Outras explicações falam que ela foi assassinada, Diz que ela foi torturada, e uma pessoa chamada Juliana passa a tentar ajudá-la e acabam ambas decapitadas. Porém um raio mata os seus agressores. Dai a ideia de que ela é a santa protetora contra os raios e trovões. E era essa história que sabia ainda criança.

Até que ouvi um canto na Umbanda que dizia "Santa Barbara é uma moça bonita/rainha do seu jacunta//Eparrei/Eparrei/ IYasãn aruanda que vem no Terreiro para Saravá, ou ela é. . ."

E com esse canto cheguei à uma  conclusão de que havia uma justa posição conforme falava Roger  Bastide, na religião afro criada no Brasil. E que Santa Barbara aqui era vista do Iyansã, a OYÁ. Cujo a saudação é Eparrei. E a deusa guerreira dos africanos. Uma outra história diferente do que a Santa Bárbara da Turquia.

Quando tratados de ODOYA - Rio onde OYA se transformou e sumiu, na cidade de OSOGBO, conforme o curso de Fernando Portugal, depois do enforcamento de Sàngó.

Consta que o culto de OYÁ, está ligado aos ancestrais. Ele é o único orisá que pode virar no Ásèsé. E eparrei eparrei é a louvação  um dos raios de Oyá.

Iyánsán nome pela qual Oyá é conhecida no Brasil Oyá (mãe) San (trovejante, retumbante ou senhora da tarde.

Eparrei Iyá Mesan Orun - mãe dos nove Orun, e o último deles foi Êgun. Consta que Gbale  em yorubá significa governanta, e isto que ela foi na cidade de Abeokutá com o nome de Oyá-Gbale e Oya é a detentora chefe matriarcal da sociedade secreta de Egun. As Oyaá-Gbale, são OYA-FUNAN, e OYA-FURE, as demias não tem todo o poder sobre Egun (morte).

Oriki Fun OYÁ Gbale

Ayagba Mi soro mi sodum E, Bi Akáralá Fun fun Ayeye Eloyá mi laworo e Okàn Tamplan nelowo. Egun Malaoye, Egun malayoe, Egun Mala que osejo Egba Efipe Alagba que Konele Esse Orun se alawo Oba Roko mi sorá Éwé oni Jeje to jeje ese low sowo obá roko ni sorá ero, Asé Asé Asé.

Saudação de Oyá

Epare iya mesan orun, iyá Onírá, iyá Omte, iyá Olubaoyade, oyá Fakete, Epare iyá mesan Orun.

As qualidade de Oyá, são muitas de acordo com os fundamentos dos cultos no candomblés como Oyá Binika, num fundamento e Osun Opará,  Oyá Seno num fundamento com Osumaré, , OYa Abomi num undamento com Sàngó e e Osun e assim a outros fundamentos que não cabe aqui renomear.

 Oyá Agbale, todas as Oya Agble tem fundamentos com OMOLU e Ogun veste todos de branco, sem com a foi na mão esquerda de cobre e um eruesin, o seu dia é segunda feira e seu fundamento com Esú.

Em substituição há aqueles que vem com a vassora de palha passa na mão esquerda. O nome é dado no tempo e tomam Hum do tempo. A iniciação é feita no bambuzal depois foi transferido para o Ilê Gbale.

Os Odus que responde para as Oyá Gbale são Wári-Meji e Odu-Osá. A comida é acarajé caruru, amalá com 14 quiabos no Ose anual.

Afefé - vento, tempestade, acompanha Iyansã. Veste saia vermelho e branco, Oja vermelho com laço na frente Ade de cobre com franja de contas da cor do colar, vermelho caboclo. Roupa Rosa, coral e colares amarelo.

Na música a cantora Clara Nunes sempre lembro da rainha dos raios, dos ventos e dos trovões. A deusa do tempo.

Esses são apontamentos, que pode servir a todos aqueles que estudam e manifestam-se pelo respeito a fé e na  construção espiritualista do povo de terreiros. E por ora um grande abraços.


Manoel Messias Pereira

professor, cronista, e poeta

São José do Rio Preto- SP.



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