Pular para o conteúdo principal

Crônica - Somos Metamorfoses em todos os tempos - Manoel Messias Pereira

 






Somos Metamorfoses em todos os tempos

Em novembro de 1994,li numa página de jornal um artigo de Florestan Fernandes, talvez o maior sociólogo paulista que conheci e ele escrevia sobre os partidos políticos. E para le as eleições desvendaram uma tipologia rudimentar de  das formações partidárias, vista num contexto histórico, nominalmente elas são nacionais.

O que sei e percebo são que todas as organizações partidárias, são alicerçadas, no contexto, dos sistemas políticos no caso brasileiro todas as representações no Parlamento são capitalistas. Embora a uma sede nos debates políticos em que candidatos falem sobre socialismo, petismo, comunismo. E falem de forma rústica de um ser dotado de ignorâncias.

Por isto vejo que no artigo de Florestan, que no caso de poucas pessoas possuírem atributos orgânicos não lhe tira o teor de partidos. Correspondem contudo a mera técnicas sociais de negociação politicas para a sua manutenção no poder.

Por que em tese o Partido Político é um grupo organizado, legalmente, formado com base em formas voluntárias de participação numa associação para ocupar o poder. Dotado de ideologia ainda que tênue define interesses de uma parcela da sociedade .

Geralmente no Brasil percebemos que há uma parcela que mantém o poder a muito tempo, alicerçado num capital e junto com esse poder também a ideia de que todos os brasileiros são de certa forma proprietários de bens materiais, são patrões, são dotados de capitais e investem para manter-se como gestor de uma massa. Porém há seres humanos que são desta massa sem nem lugar para morar mas que sente-se dono de alguma coisa material, mesmo que seja apenas um objeto espiritual ou seja nada palpável.

Em 1964 no Brasil, os civis e militares atendendo a cartilha vínda dos Estados Unidos da América, que pós em prática três grandes operações politico social no Brasil, como Operação Bandeirantes, Condor e Brother Sam, em nome de uma revolução, que não existiu, deu-se um golpe  derrubou-se um governo constitucional e a alegação era preservar um regime democrático ameaçado por uma suposta república sindicalista e comunista.

E pra isto até a Carta Brandi, elaborada por Carlos Lacerda um documento fraudulento envolvendo pessoas como um deputado argentino e o ministro do trabalho que em 1964 estava Presidente graças a renuncia de Jânio da Silva Quadro. E a ideia de um regime alicerçado numa guerra fria, num olhar capitalista, uma vez que houveaté mesmo o rompimento das relações Brasil versus URSS, e o que tivemos foi um governo de autoritarismo, com edições de atos institucionais, que traíram o compromisso democrático inicial.

E seguindo assim o que definia Fernandes, no Brasil os partidos são típicos do mandonismo são clientelistas e as relações entre candidatos e eleitores se á na forma arcaica. Não há uma cultura cívica objetiva, e uma concentração de cidadania que leva a dissimular, o candidato todo poderoso e a sua massa de manobra ou suporte de pobres, puxa-sacos, dependentes e trabalhadores despossuidos de tudo de formação de alimentação a merce dos mandões.

Quando Florestam escreveu ele acreditava que há partios que remavam contra essa maré, são os grupos que compões a racionalidade da história e que eu concordo em parte. E ele pões nesta lista o PT, que acredito que ele escreveu por ele. Como fora um grande pensador de seu tempo, mas discordo quando ele põe no contexto o PSB, o PPS, que são organizações que usam a palavra socialistas, mas não há nenhum indicativo deste socialismo pelo contrário atuam numa social democracia revisionístas que negam o Marxismo em todas as suas estruturas, pensares, e também o PC-do-B que não vejo evidentemente o teor de onde está arraigada a sua teoria revolucionária e por fim o Partido Comunista Brasileiro esse sim tens claro o pensar marxista Leninista. E pode sim estar plenamente nesta contra corrente, como ele acreditava.

Porém estamos de volta com os pensamentos ditatoriais, agora com uma visão da extrema direita, acompanhada desde a campanha política com um conjunto de fatos que permitem -nos visualizar um estagio de violências, que vai desde mortes e agressões alicerçadas pelos chamados discípulos das serpentes. Sem esquecer as falas dos fake news, num conjunto de mentiras e até agressões endereçadas verbalmente à ministros do Supremo Tribunal Federal. E a ideia mentirosa de que o país é vitima dos socialistas. Quando nunca houve socialismo instalado no Brasil. E os tais partidos não tem ideologia na visão deles é uma mula sem cabeça. Parece religião Vedanta que não tem princípio nem fim. Ou como diria o compositor  Raul Seixas, todos são como metamorfoses ambulantes. 

E podemos ter a ideia alicerçada numa guerra fria, espiritual mas que ainda povoa o imaginário político brasileiro. E hoje há candidato a presidência que faz apologia a violência, contra LGBTT, contra negros, contra mulheres, enfim. Senão faz incentiva, e se observarmos um conjunto de psicopatias caminham juntos entre eles quem matou Daniela Peres, quem atirou uma mulher pela janela, quem mata, quem agridem todos juntos num mesmo sonho partidário num poder do macho. 

Há quem diga que de trinta em trinta anos produzimos uma anomalia, foi assim nos anos 30 com o golpe de Getúlio, foi assim em 64 com o golpe civil e militar, foi assim com a eleição de Fernando Collor e agora com o Coiso. E assim a democracia não consolida plenamente e vamos intercalando a ideia democrática com a ideia do Estado forte interventor, repressor ou coisa assim. 

O que precisamos é que toda a humanidade possa por meio de organismo internacionais dar parâmetros, para punir, impedir os Estados nacionais, que violem direitos elementares do ser humano ou que caminhem para o retrocesso político. Precisamos no Brasil é de ter homens que possam crer na liberdade e no direito de divergir e convergir. E crer no sentido da existência social na convivência dos diferentes, do contrário desculpe-me estamos partido de marcha ré. Em todos os tempos somos metamorfoses.


Manoel Messias Pereira

professor, cronista e poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

poesia - O mito em desenho - Manoel Messias Pereira

  O mito em desenho Desenhar um território é preciso observar os valores humanos pois cada um é um observatório pleno, bocas, língua, de olhos e  ouvidos juntamente com segredos e dedos vivendo todos os santos sentidos as vezes desflorados outras vezes emurchecidos alimentando a alma e o espirito consciente e consentido. Manoel Messias Pereira poeta São José do Rio Preto -SP. Brasil

Artigo - Povos Indígenas, memória e respeito - Manoel Messias Pereira

  Povos Indígenas, memória e respeito Eu ao longo do tempo, passei a organizar, o meu olhar sobre a realidade do meu Brasil. E observei que sou descendente dos povos africanos, que foram trazidos para cá, pelos invasores europeus e para trabalhar. Vieram os meus ancestrais como peças, galinhas, semoventes, para trabalhar e dar o suor de seus rostos num país que iniciava o sistema capitalista com o processo escravocrata, num contexto marginal em que havia atrocidades, violências impregnadas, por seres humanos de herança cultural europeia. E nesta terra, que os nativos sempre foram povos indígenas, cuja a data do dia 19 de abril é para lembrar disto, é para celebrar isto e para denunciar o que entendemos ser trágico, ser errado, mas essa denuncia não pode ser vazia, e sim concreta e com determinações de militâncias políticas. Na rede social, vi ontem dia 18 de abril de 2022, uma gravação de uma mulher indígena que reclamava dos garimpeiros, que invadiam suas terras usavam de hostilidades

Crônica - A geografia - Manoel Messias Pereira

  A geografia Eu recordo que a geografia apenas parecia, que descrevia a terra como alias afirmavam os gregos em geo e grafos. Porém é uma disciplina que estuda mundo mais. Ou seja é uma ciência que estuda o espaço territorial e a relação com o ser humano , que atua modificando a paisagem. A modificação da paisagem tem a haver com a ocupação da terra, com as condições da vida, com a paz e as guerras estabelecidas. Com a riqueza acumulada, com a pobreza espalhada, com as alegorias e armadilhas ideológicas das concepções políticas. E com as violências estabelecidas, com as linguagens das viaturas e com a luta, entre quem pode matar, quem pode morrer, quem fica preso e quem fica solto. Ah! geografia tem haver com dor do outro, com o espaço do poder, com o espaço dos condomínios fechados, com a dor de quem mora na rua e com o tempo que cristaliza tudo. Ah! desgraça urbana, traçada organizada, pensada, para incluir uns pouco numa bolha ilusória, arquitetônica de belezas sem par. Enquanto qu