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Crônica - Rosinha de Valença, uma história e uma grande saudade - Manoel Messias Pereira

Rosinha de Valença









Rosinha de Valença, uma história e uma grande saudade.

Rosinha de Valença um dos grandes talento da música popular brasileira, tocou no Brasil e fora dele, uma das maiores violonista que o Brasil já conheceu a sua história é uma das páginas mais brilhantes da arte deste país.

Ela era natura de Valença no Sul do Estado do Rio de Janeiro, nasceu em 30 de julho de 1941, tendo recebido o nome de Maria Rosa Canellas, portanto completando hoje os 80 (oitenta)anos de seu nascimento. Era um período em que o mundo estavas as volta com a segunda guerra, e os nazistas invadiam a ex-União Soviética, mas isto não foi a semente que germinou em Maria Rosa, e sim foi os sons, da música do radio, que levou ainda menina a procurar estudar a musica ainda sozinha. Tocou no radio, animou festinhas, bailes da região. Sempre com uma técnica apuradíssima no seu violão.

Sua forma de tocar impressionou o cronista, comentarista e teatrólogo Sergio Porto, que chamou-a de Rosinha de Valença e disse que és uma artista que tocava para uma cidade inteira. Mas Rosinha era um talento que foi além da cidade, com sua técnica musical, foi apresentada ao grande musico Baden Powell e Aloisio de Oliveira e assim começou a tocar na boate Au Bon Gourmet. Sendo que em 1964 teve a oportunidade de tocar com Sérgio Mendes nos Estados Unidos, depois esteve apresentando com Jorge Ben Jor, com Maria Bethania, com Nara Leão, com Chico Batera, com Tião Neto e Wanda de Sá. Participou de um grupo organizado plo Itamarati, para difundir a musica brasileira no exterior. Trabalhou uma temporada em Paris com uma bolsa de estudo da Embaixada da França. Mas Rosinha apresentou-se na URSS, Israel, Itália, Suiça, Portugal, Angola, Moçambique e vários outros países.

Em 1971 faz trabalhos com Martinho da Vila, Miucha, João Donato, Copina, Dona Ivone Lara. Sarah Voughan entre outros E passa também a ser talvez uma referencia na música instrumental brasileira. Mas em 1992 ela volta de férias e vai para Valença e acaba sofrendo uma parada cardíaca. E com isto surge uma lesão cerebral, que deixa-a em estado de coma.

De princípio quem cuidou dela foi a sua irmã mais velha conhecida como Mariló. E com ela ficou oito anos. Até que Mariló falece. E Rosinha vai para a casa humilde de sua irmã Maria das Graças, onde vai permanecer os 12(doze) anos em estado de coma.

Os amigos artistas os familiares organizaram um show para custear suas despesas. E assim Rosinha permaneceu ao lado de sua irmã, seu sobrinho Marco Aurélio, militar e músico,e seu tio Finzinho. Porém a sua vida dependia de melhores cuidados médicos e a família acreditou que seria melhor num hospital e assim ela foi transferida para o Hospital Escola Luís Giosef Janussi, onde em 10 de junho de 2004, veio a falecer de insuficiência respiratória. E seu corpo foi sepultado Cemitério do Riachuelo no centro de Valença.

Mas Sérgio Porto disse que ela tocava para uma cidade toda ela foi além foi para o mundo todo, e por fim veio humildemente no bairro em que nasceu, para ser como uma boa semente que escolhe o bom solo. Para o pensar o solo é a mente, onde lavra, semeia e colhe o espírito. e o melhor agricultor é o trabalho, quanto mais elevado mais sublime e o espírito humano, que com certeza esteve presente na obra e na vida desta grande musicista. Que aqui encantou, elevou-se a qualidade da sonoridade espalhada no ar, e partiu permitindo que a sua luz divina. Brilhando no além. Deixando amigos e familiares num eterno pesar.


Manoel Messias Pereira

professor, poeta, cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil










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